O corpo humano não aguenta
grandes variações em sua temperatura interna. Aos 42º C, apenas cinco acima do
normal, as proteínas começam a cozinhar e todo o organismo entra em pane. Já o
frio faz o metabolismo diminuir, mas não é tão fatal quanto o calor. O termômetro
precisa descer até 20º C para acontecer uma parada cardíaca irreversível. Mas
bem antes desses limites extremos o corpo já começa a reagir, com 40º C começa
a chamada hipertermia (excesso de calor) e com 35º C a hipotermia (falta de
calor), diz o fisioterapeuta Sérgio Cravo, da Universidade Federal do Estado de
São Paulo (Unifesp).

Para evitar variações abruptas, o corpo dispõe
de uma série de mecanismos para manter a temperatura interna constante, independentemente
do clima. Para conter o calor, o principal mecanismo é a transpiração. O suor
diminui a temperatura porque, para evaporar, ele retira calor da pele,
refrescando-a.
Em ambientes úmidos, a
transpiração evapora com mais dificuldade, por isso sentimos mais as
temperaturas elevadas. Para enfrentar o frio, um dos truques do organismo é
fazer a pessoa tremer, o que ajuda a produzir calor internamente. Mas é claro
que em situações extremas esses mecanismos não funcionam. A marca de -29º C,
que seria suportável com roupa apropriada, pode se tornar fatal se somada a um
vento de 40 km/h, o que produziria uma sensação térmica equivalente a -66º C, o
suficiente para congelar a carne em 30 segundos. Já no calor, o recorde de sobrevivência
é de 20 minutos a 127º C, em ar seco.
No final das contas, a capacidade
de resistência do corpo humano depende da temperatura externa, da umidade, do
vento, do tempo de exposição ao meio ambiente e até do fato de a pessoa estar
imersa na água. Como a água resfria rápido, basta alguém ficar imerso a cerca
de 20º C para correr o risco de morrer.




